sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Chile: Farmácias recusam vender «pílula do dia seguinte»

As grandes cadeias de farmácias do Chile, um país católico, recusam vender a «pílula do dia seguinte», um anti-conceptivo de emergência, apesar do apoio do Estado.

Respondendo ao apelo do Papa Bento XVI, os farmacêuticos invocam a sua «objecção de consciência» para se oporem à comercialização da pílula (...). As farmácias que se negarem a vender o anti-conceptivo de emergência arriscam-se a pagar uma multa que pode atingir os 66 mil dólares (45,5 mil euros). (...)

No Chile, onde 38 mil crianças que nascem anualmente são filhas de mães adolescentes, o aborto é proibido e punido por lei. Em Março de 2006, o governo chileno ordenou a distribuição gratuita da «pílula do dia seguinte» às jovens com mais de 14 anos, de modo a prevenir gravidezes indesejadas, uma medida muito criticada pela Igreja Católica chilena.

Recentemente, no XXV Congresso dos Farmacêuticos Católicos, Bento XVI incitou os farmacêuticos a invocarem «a objecção de consciência para evitarem colaborar directa ou indirectamente com a administração de produtos, cujo objectivo é claramente imoral, como é o aborto ou a eutanásia». A ministra da Saúde chilena, Maria Soledad Barría, entende, no entanto, que «as farmácias, ainda que privadas, desempenham um papel de serviço público», pelo que devem vender todos os medicamentos, incluindo a «pílula do dia seguinte».

Fonte: Diário Digital / Lusa (publicado a 01-11-2007 9:47:00)

Não concordo com o facto de as farmácias se negarem a vender a pílula do dia seguinte porque, tal como é referido no texto, as farmácias desempenham um papel de serviço público e como tal devem permitir à população o uso desta contracepção de emergência. Este facto está ligado à religião e não permite o desenvolvimento do país. No entanto, acho que a pílula do dia seguinte não deve nunca ser vista como um contraceptivo normal. Na minha opinião, a solução não é a proibição da venda deste produto mas sim uma maior disponibilização de informação acerca do mesmo. As farmácias deveriam talvez procurar obter e dar mais informação em vez de irradicarem por completo a pílula do dia seguinte.

2 comentários:

Joana Carvalho disse...

Olá. Achei muito interessante esta postagem. Na minha opinião, é importante, em alguns casos, para o desenvolvimento dos países, deixarem de lado as crenças religiosas e pensarem de um modo mais prático. Acho que este é um dos muitos países em que a pobreza atinge grande parte da população e, como se verifica na notícia, a gravidez na adolescência é um facto, por isso penso que seria importante a comercialização da "pílula do dia seguinte" nas fármácias. Sou contra o aborto mas o uso da pílula do dia seguinte é algo completamente diferente, po isso acho que deve ser permitida para evitar danos maiores.
Em todo o caso, defendo sempre o mesmo: existem muitos outros métodos contraceptivos que constituem muito melhores opções.

mArGaRiDa disse...

olá..na minha opinião acho que mais vale tomar a pilula do dia seguinte do que abortar, é mesmo assim. E como a gravidez na adolescencia é cada vez mais uma realidade, temos de deixar as crenças de lado, e lutar por um mundo melhor, por isso mais vale usar os metodos contraceptivos.