A técnica destina-se a integrar a fertilização 'in vitro', procurando evitar que a mulher que pretende engravidar, tendo características genéticas para transmitir algumas doenças, veja eliminada essa possibilidade. Tais doenças incluem epilepsia, distrofia muscular, diabetes, cegueira e surdez, bem como perturbações graves da função hepática. Todo este grupo de 50 doenças se deve a problemas no DNA mitocondrial. São, por isso, transmitidos pela linha materna. Até agora, não foi encontrada solução para evitar ou curar as doenças assim transmitidas.
Os cientistas da Universidade de Newcastle recorreram a dez embriões não usados na fertilização 'in vitro' e que tinham graves defeitos. A esses embriões foi-lhes, passadas horas, retirado o núcleo (onde está contida informação genética do pai e da mãe). Esse núcleo foi transferido em seguida para o ovócito de uma dadora a que já fora extraído o DNA. O material biológico da dadora que permanece neste processo é uma ínfima parte do genoma humano e diz respeito apenas à zona problemática, precisamente aquela que está envolvida na formação de mitocôndria.
Os embriões usados na pesquisa, com defeitos graves, passaram a desenvolver-se normalmente. No entanto, foram destruídos passada uma semana. O procedimento usado está ainda só na esfera laboratorial.
Fonte: http://jn.sapo.pt/2008/02/06/sociedade_e_vida/criado_embriao_um_e_duas_maes.html
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