quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Investigadores querem sequenciar genoma de mil pessoas

Um consórcio internacional de investigadores anunciou terça feira um projecto que visa sequenciar o genoma de um milhar de pessoas para criar um catálogo o mais completo e detalhado das variações genéticas humanas que surgem ligadas a numerosas doenças.

Apoiado em equipas de investigadores pluridisciplinares, o projecto, denominado "The 1000 Genome Project", elaborará uma nova carta do genoma humano que oferecerá "uma imagem das variações do ADN bio-medicamente importantes a um nível de detalhe sem precedentes", declarou Richard Durbin do instituto americano Wellcome Trust Sanger.

Tal como os projectos de pesquisa anteriores sobre o genoma humano, todos os dados que daí resultarem serão gratuitamente acessíveis a todos os investigadores do mundo. "Um projecto deste tipo era impensável há dois anos, mas graças aos avanços surpreendentes da tecnologia da sequenciação e da bio-informática , o genoma das populações estará acessível a todos", sublinharam os promotores.

A catalogação das variações das sequências do genoma e dos genes poderá facilitar a busca de factores genéticos responsáveis por determinadas doenças humanas.

Fonte: http://observatoriodoalgarve.com/cna/noticias_ver.asp?noticia=19530 (publicado a 23-01-2008 10:45:00)

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Doença de Huntington

História

  • O primeiro a classificar e descrever esta doença foi Johan Christian Lund, (físico Norueguês) em 1860. A sua descrição foi pouco aceite.
  • Dr. George Huntington (médico em Long Island, New York) em 1872 deu uma descrição mais precisa. Descreveu nas suas memórias uma rara doença que já o seu pai e avô (ambos médicos) haviam reconhecido em alguns dos seus pacientes.
  • Em 1993, após uma busca de dez anos, os cientistas encontraram o gene que causa a DH, e avanços importantes fluíram a partir dessa importante descoberta.

Curiosidade

  • Woody Guthrie é conhecido como um dos doentes mais famoso de Huntington. Foi um importante cantor de folk dos anos 60. Depois de sua morte, a sua viúva fundou a primeira associação de DH no mundo.
  • A doença também é conhecida por Dança-de-São-Vito, termo popular.

A doença de Huntington

  • Doença degenerativa, hereditária e genética causada por uma mutação num gene do cromossoma 4 e que vai levar à deterioração de determinadas áreas do cérebro. Afecta o sistema nervoso central, as capacidades motores individuais, intelectuais e emocionais.

  • O gene da DH tem uma secção específica que é expandida em pessoas com DH - "repetição trinucleotídica". Numa pessoa normal o padrão repetido CAG ocorre 30 ou menos vezes (9-30). Numa pessoa com DH a repetição ocorre mais de 36 vezes (36-121) sendo a proteína codificada a huntingtina. Quantas mais cópias presentes mais graves são os sintomas e mais cedo estes aparecem; o número de tripletos aumenta de geração em geração.

  • O desenvolvimento desta doença pode dividir-se em 3 fases. Na primeira ocorrem mudanças ligeira na coordenação, alguns movimentos involuntários, dificuldade em pensar sobre problemas e humor depressivo ou irritável. Na segunda ocorrem movimentos involuntários e a fala, a deglutição, habilidades de pensamento e raciocínio começarão a ser afectadas. Na terceira fase a coreia é grave e há total dependência nos outros
  • As pessoas não morrem da própria DH, mas sim de complicações da imobilidade causada pela doença, tais como engasgo, infecções ou traumatismos cranianos.

Sintomas

  • Sintomas Emocionais: depressão, irritabilidade, ansiedade, apatia, explosões agressivas, impulsividade, mudança de humor e afastamento social. Ás vezes ocorrem problemas psiquiátricos.
  • Sintomas Cognitivos: habilidade reduzida para organizar assuntos de rotina, ou para lidar com situações novas. A memória também pode ser alterada.
  • Sintomas Motores: inquietação, contracções musculares, agitação excessiva, a fala e a deglutição também podem ficar prejudicadas. Os movimentos em geral tendem a aumentar durante o esforço voluntário, stress ou excitação, e diminuir durante o descanso e o sono.
  • Os sintomas aparecem entre as idades de 30 e 50 anos. Apenas em 5% das pessoas aparecem sintomas antes dos 20 anos (normalmente conhecida como DH juvenil) e 5% não mostram sintomas até terem 60 anos. Depois dos 70 anos o risco de aparecimento da doença é muito reduzido.
    Normalmente a doença desenvolve-se ao longo de um período de 15 a 20 anos.

Testes genéticos

  • Os primeiros testes eram baseados num processo de "análise de ligação" que requeria amostras de sangue de diversos membros da família.
  • O novo teste directo do gene é muito mais preciso e requer sangue somente do indivíduo que está a fazer o teste.
  • O teste não pode predizer a idade da manifestação clínica da doença ou o seu desenvolvimento ou gravidade. É possível fazer um teste a um feto, para saber se ele é portador do gene da DH. Nesses casos deve-se levar em conta aspectos éticos e legais.

Hereditariedade e incidência

  • A doença é hereditária, autossómica e dominante, o que significa que se transmite de pais para filhos, sem saltar nenhuma geração. A possibilidade de herança é de 50%.
  • A doença afecta de 5 a 10 pessoas a cada 100 mil. Em Portugal afecta entre 500 a 1000 indivíduos.
  • Apesar de ter a mesma probabilidade de se desenvolver em ambos os sexos, é mais frequente no homem do que na mulher.
  • Pode afectar todos os grupos étnicos, mas é mais comum entre os descendentes de europeus.


Tratamento

  • Não existe actualmente nenhum tratamento específico. Os medicamentos receitados são escolhidos em função dos sintomas observados de forma a aliviá-los.
  • Em Portugal? As pessoas atingidas pela HD e os familiares em Portugal ainda não têm uma associação, e têm pouca ajuda profissional.
Fontes
www.geocities.com
www.neurociencias.org.br
www.ivdn.ufrj.br
www.upadh.org.br
www.saudeemmovimento.com.br
www.manualmerck.net
http://www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/doenca-de-huntington/doenca-de-huntington.php
http://pt.wikipedia.org/wiki/Doen%C3%A7a_de_Huntington
http://www.ivdn.ufrj.br/kb_ivdn_v01_03_Doencas_11_huntington_01.htm
http://ramboiajocosa.blogspot.com/2004/12/huntington.html

sábado, 12 de janeiro de 2008

Variação genética multiplicaria riscos de autismo

Variações genéticas muito raras multiplicariam por 100 os riscos de autismo nas crianças, segundo um estudo divulgado nesta quinta-feira na publicação americana The New England Journal of Medicine.

Estudos realizados previamente já haviam revelado a existência de uma componente genética em 90% dos casos de autismo, mas esta pesquisa aponta um defeito genético específico, presente num 1% dos casos.

Calcula-se que nos Estados Unidos haja aproximadamente um milhão de autistas, o que significa que 10.000 desses casos se deveriam a estas variações genéticas - elementos do DNA em falta ou a sua duplicação no cromossoma 16-, segundo os autores do estudo.

A pesquisa implica um avanço importante na compreensão das origens biológicas dessa doença, segundo o dr. Mark Daly, do Centro de Estudos Genéticos do Massachussets General Hospital (nordeste) e principal autor deste trabalho.

"Ainda estamos muito longe de compreender como a ausência ou duplicação de componentes em cromossomas incrementa o risco de autismo, mas esta descoberta é um primeiro passo essencial", concluiu.

Fonte: http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI2222084-EI8148,00.html